domingo, 22 de setembro de 2013

A VIAGEM PRA NARNIA (DUBAI) - EXPERIÊNCIA DE BORDO COM A EMIRATES


Bom, passando toda a choradeira louca da despedida, chegou um momento legal dessa história: voar pra Dubai. Tá, eu sei que pode parecer estranho ler isso de um ser humano normal, mas eu adoro ficar confinado dentro do avião e voar. Sei lá, sempre me dá um frio na barria,  um medo de morrer, uma estranha reflexão de como o ser humano é danado de esperto pra construir uma maquina tão legal que consegue sair do chão e voar, voar, subir, subir...

E lá começamos o voo pra Dubai! A Emirates é super pontual, então, 45 minutos antes do voo eles já tinham iniciado o embarque e, 15 minutos antes de partirmos, as portas já estavam fechadas e todos sentados bonitinhos em seus respectivos lugares prontos para começar às 15h de viagem pra Dubai. O voo da Emirates tem todas as nacionalidades dentro, menos brasileiros. Até que tem um brasileiro aqui e ali, mas, tem muito estrangeiro. Tinha uma fila gigante de chineses – e durante a espera na sala de embarque esses “queridos” já trataram de tirar os sapatos e colocar o chulé pra fora, pro mundo todo sentir. Imagina dentro no avião que legal iria ser sentar do lado de um individuo desses! Super diferenciados. Talco é para os fracos.

Ao entramos, já avisamos que esse nosso DOJ e os comissários foram super receptivos conosco desde então. Acho que dava pra perceber na nossa cara que a gente estava voando pra Dubai pela primeira vez pra entrar na Emirates, porque estávamos muito “pimpões” pra pessoas quase normais. Eu estava sentado na poltrona 47K (janelinha, porque sou criança e gosto de ficar vendo o mundo e as estrelinhas e tinha feito meu check in online justamente por isso) e a Thais, brasileira que embarcava no mesmo dia, estava na fileira 50C (corredor). Daí, pedimos pra trocar os assentos com nossos acompanhantes e fomos juntos na fileira 50 mesmo. Fizemos a troca e o avião taxiou para a pista e decolamos. Nós dois, brasileiros retardados, estávamos super empolgados e já começamos a tagarelar sobre tudo que vocês possam imaginar.

Só uma hora e meia depois da decolagem é que eles servem o jantar (lá pelas 3h e pouco da manhã) e, baby, esqueça tudo o que você já comeu dentro de um avião antes. Você acha que a vermelhinha é glamourosa porque ainda (e não se sabe até quando) serve comida dentro dos voos internacionais? Então, o que você me diria de ter um cardápio pras suas refeições na classe econômica? Comer com talheres de metal (sim, porque na econômica eles geralmente são descartáveis) em pratos que não são descartáveis, ter uma sobremesa descente e podendo escolher entre opções de vinhos finíssimos, mesmo estando na classe econômica? Pois é baby, bem vindo a Emirates! O cardápio geralmente tem duas ou três opções pra pratos principais e mais duas ou três opções para o serviço de café da manhã. Eu compararia o serviço na econômica da Emirates com a executiva da vermelhinha – sim, já voei de executiva na vermelhinha.

As opções daquela noite eram, para entrada: uma salada de folhas verdes ou salada Nicolete de atum com legumes e feijões vermelhos; e o prato principal era frango ou CORDEIRO. Sim, cordeiro... por que eles são ricos e podem servir isso. Eu não como  carne vermelha nem porco, então ia ficar com o frango mesmo, mas, bem na minha vez acabou. Tudo bem, pois no final das contas eles me trouxeram um macarrão de alguma outra classe que tava uma gostosurinha.


(Comer-comer, comer-comer... é importante pra poder crescer – pros lados!)


(Esse foi o prato na Thais, Cordeiro com legumes)

Depois do jantar, a gente começou a procurar coisas pra assistir no ICE (Informação, comunicação e entretenimento) que é o premiado sistema de bordo da Emirates, com mais de 1000 horas de filmes, séries, documentários e joguinhos, acesso a internet, envio de mensagens de texto direto do celular, tudo “on demand”, ou seja, você começa a jogar ou assistir a hora que você quiser. Tem coisas em umas 15 línguas diferentes e tem uma página inteira só de coisas dubladas pra português ou produções locais. Mas, depois de umas 3 horas assistindo, a gente começou a ficar entediado já que todos estavam dormindo e nós estávamos pilhados pelas novas experiências que nos aguardavam. E, olha, 15h de voo é muita coisa. Mais um pouco e a gente chegava a Nárnia, mas, Dubai ainda estava longe. Até passamos sobre o Acre e o Piauí, mas, Dubai... xiii, só bem depois. Daí, já sabe né?! Mente desocupada, o resultado foi esse:


(Habibi Ia nur Ilaa’in)


(La, la, la, la, la, la, la, la laaaaiiii...)

As comissárias então nos levaram pra conhecer o avião. A primeira classe estava vazia, então conseguimos ver tudo e sentar naquelas cadeirinhas ricas das suites da Emirates. Visitamos também a classe executiva e ganhamos champagne e chocolates Godiva. Alías, todo mundo que passava por nós nos dava chocolates. No final do voo eu tinha uns 8, a Thais mais um monte, fora o que a gente já tinha comido durante a viagem. Como eram chocolates do Brasil, eu estava bem é estocando eles pros tempos vindouros.



(Chocolate e mais chocolate!)

As comissárias nos levaram na galley e nos mostraram tudo. Ficamos lá conversando por um tempão, e tiramos fotos de recordação com elas. Todos foram muito atenciosos e muito legais conosco. Nos perguntavam o tempo todo se queríamos algo mais, se estava tudo bem – claro que eles faziam isso com os demais passageiros também. Mas, conosco elas vinham pra conversar, falar um pouco sobre o trabalho, a vida em Dubai... e nós enchemos a comissária brasileira desse voo de perguntas sobre tudo o que vocês possam imaginar.


(Comissária inglesa, espanhola, eu, Thais, comissária inglesa, brasileira e chinesa)


(A Thais com o chapeuzinho da Emirates. Ela toda linda e glamourosa. Eu todo acabado)

(As mensagens que eles escreveram em nossas fotos)



Enfim, depois de muitas e muitas horas de viagem. Muito chocolate e muita conversa, eu a vi pela primeira vez: Dubai. Tão brilhante, tão grande, tão, tão... Arenosa! Mas, linda, organizada e progressista.

(Foi assim, como ver o mar pela primeira vez)

Chegamos. Assim que a aeronave tocou o solo de Dubai, eu e a Thais nos olhamos e percebemos que o novo começava ali. Muita empolgação, muito tudo. A aeronave parou em um dos terminais da Emirates e, ao olharmos em volta, só vimos aviões da Emirates. Tudo Emirates! Tudo lindo, tudo organizado. Nesse momento eu me lembrei dos aeroportos do Brasil e pensei: “como pode, a gente tem tanto dinheiro, tanta inteligência, tanto espaço... e tudo é tão precário!”. Mas enfim, minha realidade agora é outra.
Após nos despedirmos daquela Crew legal, desembarcamos. O aeroporto é todo lindo, limpo, organizado, tudo de mármore e coisas douradas/ prateadas, tudo grande, imponente ... meio brega em alguns aspectos, mas, uma estrutura realmente exemplar pra receber passageiros de todo o mundo. Sem comparações com nada do que temos no Brasil. Fez o aeroporto de Guarulhos parecer um ponto de ônibus se comparado com o aeroporto de Dubai.

(Bem vindo a Dubai!)

Bem, ao chegar ao aeroporto somos indicados a procurar alguém do serviço de welcome and greeting deles: o marhaba (que em árabe significa “bem-vindo”). Saímos do avião e não vimos ninguém. Ok... começamos a andar no sentido da imigração... e ninguém! Perguntamos onde encontrar o pessoal do “marhaba” e eles nos mandaram seguir algumas pessoas e passar pelo raio X. Fizemos isso. Chegamos em um enorme free-shop e continuamos procurando. Nada! Perguntamos no guichê de informações do aeroporto e nos mandaram pra outro lugar, no 4º andar. Andamos uns 20 minutos e nada. Finalmente achamos o lugar pra onde nos mandaram... e era o lugar errado! Haviam nos mandado para o lounge destinado aos passageiros que saiam de Dubai, não os que chegavam. Fizemos todo o caminho de volta, mas, detalhe: já tínhamos “saído” do setor de chegadas. Felizmente um funcionário entendeu o que a gente queria, nos colocou pra “dentro” da área certa no aeroporto e nos mandou pro lugar certo. Quando chegamos no saguão certo, nosso nome já nem estava mais no totem de chamada das chegadas. É baby, tira o cavalinho da chuva quando a ter alguém esperando com uma plaquinha com seu nome porque num é bem assim, Darling.

Procuramos as pessoas da “marhaba” e encontramos uma senhora que já estava toda brava. Até pensei que ela devia trabalhar pra British Airways, mas, nem. A mulher estava toda toda, nos tratou meio mal querendo saber porque tínhamos demorado tanto. Explicamos a história e ela ainda assim continuou fazendo a grossa – em resumo, foi um péssimo serviço de recepção! Até pensei em fazer uma reclamação, mas, deixei pra lá. Estava tão feliz em chegar em Dubai que só conseguia ver o lado positivo das coisas.

(No names)


Depois disso e de nos dar umas patadas ela pediu pra que sentássemos e esperássemos por informações – isso ainda antes de fazermos os procedimentos de imigração. Havia mais umas 4 pessoas que chegaram naquele momento, de lugares diferentes, e que estavam entrando na Emirates naquele dia. Ficamos lá conversando por uns 30 minutos, até que a “moça simpática” veio nos conduzir à próxima etapa da imigração.  Eu e a Thais, brasileiros acostumados com trombadinhas, estavamos preocupados com nossas malas, porque havíamos chegado faz tempo e ainda não as tínhamos tirado do carrossel. Fomos para um setor preferencial onde um guichê nos atendeu imediatamente. Apresentamos o passaporte, o visto de trabalho e eles fizeram uma leitura da nossa íris, através de um leitor a laser – coisa de primeiro mundo. Tiraram uma foto nossa ali mesmo e prosseguimos pra retirada das malas, que estavam lá girando e girando na esteira a espera dos donos. Detalhe: nessa hora lembrei que ninguém ia pegar nada, porque estávamos num país onde a lei é efetiva e ninguém rouba nada de ninguém, porque a punição é exemplar.

Fomos para uma salinha da Emirates onde outra pessoa nos passou informações detalhadas sobre os próximos dias de apresentação à empresa, nos falou algumas coisas sobre Dubai (que eu não entendi) e as acomodações e recolheu nossos passaportes e 8 fotos em formato de passaporte. Nesse momento eu me senti como a Morena daquela novela Salve Jorge, entregando meu passaporte pra uma pessoa em outro país, mas, aqui faz parte do procedimento para se obter o visto permanente, e não pega nada. O passaporte fica com o órgão responsável do país e eles vão me devolver num dia agendado no meu cronograma de curso. É, as coisas aqui FUNCIONAM!

Depois disso, hora de arrastar as malas até os carros que nos aguardavam pra nos levar até nossas acomodações e ver Dubai de pertinho pela primeira vez. Dividi o carro com um indiano, Ankit, que ia pro mesmo lugar que eu: Sarab. Agora, o que aconteceu quando eu cheguei lá e os dramas que passei, são cenas do próximo capítulo de: “Nas areias do destino”.

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É isso aí. Aperta o sinto e senta a pua!